SOLIDÃO EMOCIONAL O QUE É ? ⋆ Andrea Stival



Solidão é um sentimento negativo que surge quando nossas necessidades não são atendidas pela quantidade e qualidade de nossas relações sociais atuais. Como seres humanos, precisamos de um ambiente social seguro para sobreviver e prosperar. Quando começamos a sentir-nos sozinhos, experimentamos sentimentos intensificados de vulnerabilidade, que podem prejudicar nossa saúde mental.

Solidão é o sentimento que surge quando nos sentimos só, mas não precisamos estar literalmente sem a companhia de outros para senti-la. Ela se manifesta até mesmo quando estamos rodeados de pessoas queridas, em ambientes movimentados e enquanto realizamos afazeres diários.

A correria do cotidiano nos obriga a encontrar um horário para tudo, como por exemplo, trabalho, amigos, família, hobbies. Outro fator é que hoje em dia muitas pessoas têm projetos paralelos que ocupam o tempo livre ou trabalham de casa, restringindo o contato social.

Está cada vez mais difícil encontrar quem gostamos para tomar um café ou fazer um happy hour.

Além de que, enfrentamos todo o tipo de situações sozinhos e algumas podem até mesmo o mudar o curso de nossas vidas. Podemos ter pessoas queridas nos apoiando e querendo bem, mas, nesses casos, a tomada de decisão ou o desempenho diante do desafio depende apenas de nós.

Saber administrar os momentos de solitude não é somente importante para manter a saúde mental, mas também para nosso crescimento como indivíduos.

É normal querer passar um tempo só para desestressar após uma semana agitada ou apreciar a própria companhia. O problema é quando a solidão se torna uma constante em nossa vida.

Estamos cada vez mais solitários

Vivemos em uma sociedade dinâmica e agitada em que mudanças acontecem em um curto período. Normalmente, sem aviso prévio. Não sobra tempo na agenda para fortalecer os laços com as pessoas em nossa vida.

Quem já ouviu (ou até sugeriu) o famoso “vamos marcar um churrasco” pelo menos uma vez na vida e ficou por isso mesmo? E o motivo é sempre o mesmo: todo mundo está ocupado. Parece que dificuldade para cultivar amizades encoraja as pessoas a investirem em momentos solitários.

A epidemia da solidão se alastra por todas as faixas etárias. É comum acreditar que idosos sentem-se mais só devido às circunstâncias desse período da vida – aposentadoria, filhos morando longe, amigos distantes, doenças que dificultam o convívio social.

Porém, esse não é um problema apenas dos anciãos: uma pesquisa da Universidade da Califórnia mostrou que jovens entre 23 a 27 anos também se sentem solitários. Um possível indicativo para esse resultado é a inconstância que esse período apresenta.

Há quem acredite que a solidão pode ser positiva devido a questões emocionais. Pessoas que naturalmente se sentem excluídas de grupos sociais, optam por não conviver com eles. A crença na dificuldade para se conectar com os demais faz com que as pessoas se isolem.

A falta de relacionamentos saudáveis e duradouros, que despertem a vontade de apreciar a vida, resultam em uma série de complicações. Além de nosso desempenho profissional e relacionamentos interpessoais saírem prejudicados, nossa saúde também é afetada.

Indicativos de que nos sentimos só

A solidão não é uma doença. Não se pode curá-la com uma vacina ou medicamento, mas é possível identificá-la através de alguns sintomas.

Antes de tudo, se faz necessário compreender que esse sentimento não surge apenas quando estamos fisicamente sozinhos. Pessoas introvertidas, por exemplo, sentem prazer em realizar atividades sem a companhia de outros e não há problema nenhum nisso, afinal gostar da própria companhia é diferente de se sentir solitário.

Esse sentimento se torna preocupante quando, mesmo convivendo com outras pessoas, nos sentimos só. Quando a expectativa que temos dos nossos relacionamentos não está sendo atingida, sentimos que não podemos contar com as pessoas ao nosso redor.

Passamos a ter dificuldade para administrar momentos de solitude e geralmente é quando a nossa carência afetiva cresce. A carência em excesso não é apenas ruim para nossa autoestima, mas também afeta os nossos relacionamentos consolidados pois a tendência comum é buscar aliviar esse sentimento ruim com interações sociais forçadas e até nocivas.

Outra tendência das pessoas solitárias é desejar ficar ainda mais só, levando ao isolamento social.

A vontade de sair de casa, ver os amigos e fazer atividades que antes eram prazerosas desaparece. E, embora cumprir com as obrigações diárias não sejam um problema, perdemos o entusiasmo pela vida e paramos de procurar novidades.

Até mesmo a motivação para sair da cama, tomar banho, preparar refeições e trabalhar pode desaparecer. Ao mesmo tempo, a inquietação se acomoda, sempre em busca de algo para preencher o silêncio e esse comportamento cresce gradativamente e se instala sem que se tenha consciência.

Me ACOMPANHE NAS REDES SOCIAIS!
Instagram: instagram.com/andrea_oswaldostival/
Facebook: facebook.com/leiturasandreastival/

Ver em meu Canal